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Marina ficou petrificada. Eram marcas
recentes, que tinham sido gravadas de forma cruel no seu coração.
Inexplicavelmente, uma centelha de amotinação começou a apoderar-se de si.
Pensaria por ventura que ela era um penso rápido que o curaria? Não iria juntar
os pedacinhos do coração dele, tinha o seu próprio coração para cuidar.
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Pegou-lhe na mão e conduziu-a até ao seu
peito, num gesto íntimo. Marina sentiu o bater desconcertado do seu coração que
parecia ter desaprendido o ritmo correto. Espantada, estudou-o. Encontrou uns
olhos meigos, ansiosos, e uma boca carnuda entreaberta, escondendo uma
respiração ofegante. Ter aquele pedaço de Céu quase a rogar-lhe que o beijasse
era o sonho de qualquer rapariga. Sentia-se tentada, mas por ter cedido, Eva
tinha conseguido um passe para fora do Éden. Inspirou morosamente, tentando
controlar-se.
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