domingo, 13 de maio de 2012

Entrevista| Interview: Mandy White



Oi, Mandy. Fale-nos um pouco sobre si.
Vivo em Vancouver Island, um pequeno lugar ao largo da costa sudoeste do Canadá. Adoro estar ao ar livre, algo que muitas vezes se reflete no meu trabalho. O meu género de eleição é suspense/ terror.

O que a levou a tornar-se escritora?
Escrever é a única coisa que sempre quis fazer na minha vida, a única coisa sobre a qual tinha completamente certeza. Escrevo histórias desde a infância, mas apenas nos últimos anos a publicação digital deu aos escritores um local para apresentar o seu trabalho ao público. Foi um grande timing para mim. Agora que os meus dois filhos estão crescidos, tenho tempo para abraçar a escrita a tempo inteiro.

O que faz para tentar melhorar a sua escrita?
Como a maioria dos escritores, estou sempre a esforçar-me para melhorar as minhas capacidades. Leio imenso, particularmente os géneros que gosto de escrever. Observo os diversos estilos dos autores que li e tento aprender com aqueles cuja habilidade invejo, continuando a desenvolver a minha própria voz enquanto escritora. Acredito que preciso de aumentar a complexidade do meu estilo de contar histórias, porque me têm dito que o meu estilo simplista de escrita é adequado para a literatura jovem adulta. Isso não é para mim - quero escrever incríveis imagens gráficas, coisas horríveis, não coisas de criança.

Quem são os seus autores favoritos?
Sou um fã de longa data de Stephen King e Dean Koontz, e sempre os vi como modelos a seguir no que diz respeito à forma de escrever, mas descobri também um grande lote de escritores independentes pelo caminho. Adoro tudo que li de Jack Wallen, particularmente a sua trilogia
I Zombie I. Jessica McHugh é uma mestre absoluta quando se trata de tecer um conto distorcido; recomendo altamente o seu livro Rabbits in the Garden aos fãs de horror - mas com uma história McHugh, não há que errar. Outro novo favorito meu é TW Brown, autor de Zomblog e Dead. A Vamp Saga de Danielle Blanchard é outra série que mostra ser uma grande promessa. Há tantos outros indies talentoso que encontrei e não poderia nomeá-los a todos, mas J Harrison Kemp, Nathan Tackett e AD Williams também têm que ser citados como favoritos pessoais meus.

Quando escreveu o seu primeiro livro?
O meu primeiro livro foi escrito em 2010. É um curto guia de auto-ajuda chamado The Jealousy Game. Escrevi-o por preocupação para com a minha filha depois de ela me ter confidenciado que o seu namorado se estava a tornar cada vez mais ciumento e controlador. Assustou-me de coração, porque as coisas que ela me contou coincidiam com as minhas próprias experiências - uma relação que se transformou em tamanha violência, ao ponto de eu ter planeado matar o homem. Eu sabia que o namorado da minha filha iria continuar a isolá-la e a cortar toda a comunicação comigo se não encontrasse uma maneira de mostrar-lhe o perigo. Então escrevi um livro prevendo todos os movimentos que ele era susceptível de seguir, sabendo que ela iria lê-lo. Ela leu-o e terminou o relacionamento logo depois. Pensei que o livro tinha servido o seu propósito e ninguém iria lê-lo, e por mim estava tudo bem. A minha filha passou-o a todos os seus amigos, eles compartilharam-no com outros e todos diziam que a informação era importante para as mulheres jovens. Fiquei espantada quando o livro começou a vender em todo o mundo e a receber excelentes críticas. The Jealousy Game não é o meu livro maios vendido até à data, mas é de longe o mais bem recebido de todos. Escrever este livro permitiu-me aprender o processo de auto-edição e provar a mim mesma que era capaz de ver um grande projeto a ser concretizado.

Quantos livros publicou até agora?
Até agora publiquei quatro livros, não incluindo contos. Os títulos são: The Jealousy Game, The Immigrant, Avenging Annabelle e Nocturnal Desires. Nocturnal Desires é uma espécie de projeto de estimação; não o escrevi, mas atuei como revisora/ editora. É uma coleção de histórias eróticas de vários autores que conheço e foi compilada para ajudar a angariar fundos para a investigação da Esclerose Múltipla. Fizemos isto para apoiar um amigo escritor a quem recentemente foi diagnosticada esclerose múltipla. Estamos atualmente a trabalhar noutra antologia de angariação de fundos - uma coleção de terror a ser lançada este outono, que irá incluir uma ou mais histórias minhas. O meu próximo livro é um thriller intitulado The Feeder, e deve ser lançado até o final de 2012.

É uma escritora independente ou tem editora?
Sou independente. Gosto de ter controlo total sobre o meu trabalho, a contratação de meu próprio revisor e designer de capa, e poder ficar com todos os meus royalties. A percentagem de royalties é muito maior para indies, e eu gosto muito disso.

Se pudesse voltar no tempo, faria algo diferente no que concerne à escrita?
Nunca teria premido o botão Publicar tão rapidamente, sem primeiro ter tudo editado profissionalmente. Com a publicação digital é fácil fazer alterações assim que os erros são encontrados, mas mesmo assim acabamos por ter cópias imperfeitas dos nossos livros pelo mundo fora. No futuro não quero publicar nada menos do que perfeito, ou tão polido quanto possível. Também teria contratado um artista profissional de início para fazer as capas ao invés de usar um modelo genérico como fiz com o Jealousy Game original. Eu própria fiz a nova capa desse livro, mas nada se compara à bela arte que um verdadeiro profissional pode oferecer, como descobri com algumas das minhas publicações mais recentes.

Que conselho daria a alguém que quer ser escritor?
Uma palavra: eduque-se! Com isto quero dizer que deve aprender tanto quanto possível sobre o que está a fazer antes de se atirar de cabeça, porque a indústria editorial é aquela em que os ingénuos estão muito vulneráveis. Desconfie dos que se aproximam com 'contratos'. Você não deveria ter que pagar grandes somas de dinheiro para se tornar um autor publicado, e quem diz que sim não é um editor real, mas um embuste para roubar o seu dinheiro. Sim, tradicionalmente tem sido o sonho de todos os escritores "conseguir um contrato" e atingir o grande momento. Hoje em dia vivemos numa revolução editorial e as velhas maneiras já não são as únicas maneiras. Procure as pessoas que estão a ter sucesso fazendo o que você quer fazer e aprenda com elas. Participe em grupos relacionados com a escrita e publicação e faça perguntas. Leia os tópicos para descobrir que questões devia colocar e até pode encontrar alguém com as mesmas perguntas que você. Por fim, quem está a pensar publicar um livro pela primeira vez deve ler o que está a ficar conhecido como a ‘Bíblia Indie': “Let’s Get Digital”, de David Gaughran. Garanto que este livro vai responder à maior parte, se não mesmo a todas as dúvidas que possa ter e proporcionar uma grande dose de esclarecimento sobre o tema da publicação, tanto indie como tradicional.

Onde podem os leitores seguir o seu trabalho?
Podem-me encontrar no Goodreads, no Facebook, no Twitter (@mandywrite) e, é claro, no Amazon! Também publiquei “The Jealousy Game” através do Smashwords, por isso está disponível em todos os formatos de ebook e é distribuído através da Barnes&Noble, Apple e muitos outros retailers. As versões dos meus livros em papel também estão disponíveis através da Amazon e da Lulu.

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