terça-feira, 2 de julho de 2013

Entrevista Na Companhia dos Livros

A Isabel Maia, do blogue Na Companhia dos Livros, fez-me uma entrevista. Aqui a transcrevo:



UMA CONVERSA COM… RUTE CANHOTO
22/06/2013 BY ISABEL MAIA


A minha próxima conversa com autores nacionais desta vez muda-se para Sul, desta vez para falar um pouco com uma alentejana de gema que no seu último livro nos apresenta um pouco da sua cidade natal, Alcácer do Sal. Leitores, apresento-vos a Rute Canhoto!





Na Companhia dos Livros (NCDL) – Todas as entrevistas acabam por começar assim e a minha não vai fugir à regra. Em traços resumidos, quem é a Rute Canhoto?
Rute Canhoto (RC) – A Rute Canhoto, isto é, eu, sou uma pessoa sonhadora, persistente e esperançosa. Sonhadora, porque tenho grandes sonhos e gostaria de alcançar um monte de coisas; persistente, porque luto e persigo os meus sonhos; e esperançosa, porque tento dar o meu melhor e espero que o resultado seja do agrado de todos.


NCDL – Para ti, a escrita é um hobby recente ou é algo que já faz parte da tua natureza enquanto pessoa?
RC – É algo que faz parte da minha natureza há muito tempo. Tenho uma imaginação muito fértil e desde criança que me entretenho a criar histórias. Adoro escrever e não consigo imaginar a minha vida sem a escrita, que seja a ser um escape para me distanciar desta realidade e entrar noutra que mais me fascina.


NCDL – O que te fascina neste modo de expressão e comunicação que é a escrita?
RC – A possibilidade de passar aos outros (muitos outros!) o que me passa pela cabeça e, também, passar-lhes alguns conhecimentos de forma lúdica, pois acredito que a escrita, além de entreter, deve sempre ensinar algo. E é algo que perdura no tempo: eu posso perecer, mas o meu trabalho fica como recordação, pelo menos para aqueles que o apoiaram ou leram.


NCDL – Nas obras que publicaste até hoje, derivaste um pouco no que toca a géneros literários. “Almira, a Moura Encantada” foi no meu estilo preferido, o Romance Histórico; “Clara e o Natal” mais na área do conto e agora este “Perdidos” e os outros dois que o sucederão numa abordagem mais virada para o Fantástico. Em qual deles te sentes mais confortável a escrever?
RC – Sinto-me mais à vontade na vertente do fantástico, porque as possibilidades são infinitas – há sempre algo que pode ser criado ou reinventado de uma maneira completamente nova. Não gosto muito de escrever contos, porque acabo sempre por me alongar nas histórias, embora arrisque a escrever um ou outro de vez em quando. Quanto ao romance histórico, agrada-me a perspetiva de transmitir conhecimentos de forma “menos aborrecida”, embora seja um trabalho muito complicado, pois implica muita pesquisa e, às vezes, nem os próprios historiadores concordam nos factos, o que me deixa um pouco perdida em termos da veracidade do que digo e, claro, há sempre alguém que vem cobrar depois…


NCDL – Agora que “assentaste arraiais” no género Fantástico, vai manter-te nesse género por algum tempo ou tens planos para arriscar outros tipos literários?
RC – Vou manter-me no fantástico até acabar esta trilogia. Depois creio que vou tentar acabar o outro romance histórico que já tinha começado antes do “Perdidos” ou então avançarei logo para um romance que tenho em mente. Ainda não me decidi – primeiro, tenho de acabar a trilogia. Uma história de terror também não está fora dos meus planos


NCDL – Falando um pouco sobre o “Perdidos”, não tiveste receio que ao assumir que te inspiraste numa série que gostaste muito os leitores desvalorizassem o teu trabalho por ser “mais do mesmo”?
RC – Um pouco, mas foi por isso que optei por seguir um conceito diferente do que aparece nesses livros. Não há vampiros nem lobisomens ou zombies, mas algo que espero que seja inovador. Além disso, a inspiração do “Hush, Hush” não foi no sentido de querer fazer igual, mas de escrever algo dentro do fantástico – resumindo, deu-me a motivação para escrever num novo género. Às vezes, os leitores dizem-me que têm essa sensação, de que já leram a história em algum lado, e mencionam livros que eu nunca li. Talvez tenha de ler mais livros do género para evitar fazer algo que se aproxime deles…


NCDL – No decorrer da leitura reparei que fizeste uma descrição muito aprofundada de dois professores. Inspiraste-te em antigos docentes teus para criar o Professor Manelito ou o Professor Adelino?
RC – O professor Manelito é um “alter-ego” de um professor de Filosofia que tive, a quem chamávamos “Zézinho”. Era tido como o terror filosófico da escola, com fama de ser implacável e de exigir muito dos alunos, mas, afinal, isso acabou por não se verificar. É certo que se trata de uma pessoa que leva o seu trabalho muito a sério e não gosta de indisciplina, mas acabou por ser um dos meus professores preferidos. Quanto ao professor Adelino, existe mesmo e a descrição dele corresponde à realidade; foi uma espécie de homenagem que lhe fiz, por ter também sido um dos meus professores preferidos. Ambos os professores têm conhecimento disso, até porque assistiram à apresentação do meu livro na Escola Secundária de Alcácer e fiquei com a ideia de que acharam piada à iniciativa.


NCDL – Criar a entidade sobrenatural a que pertence Lucas requereu muita pesquisa?
RC – Muita. Se consultarem a internet, as informações que existem quanto a estes seres é diminuta, mas isso não é negativo de todo, pois deixa-me margem de manobra para lhes atribuir as características que quiser e explorar diversas facetas.


NCDL – Podes levantar o véu sobre quem serão as figuras de destaque do segundo volume da série?
RC – As figuras em destaque serão praticamente as mesmas, até porque o que eles fizeram não será esquecido e alguém terá uma grande sede de vingança. No entanto, o papel de algumas personagens será reciclado, de modo a que possam a intervir mais na história, além de que há igualmente personagens novas que vêm tornar as coisas mais interessantes.


NCDL – Partindo agora para o teu lado de leitora. Qual o género literário que mais aprecias?
RC – Adoro romances paranormais. Vê-se, lol! Gosto do despertar de sentimentos, das pequenas lutas até que tudo seja ultrapassado e que as possibilidades sejam múltiplas. Para não enjoar, vario às vezes, lendo outros géneros, mas acabo sempre por voltar ao mesmo, porque é desse que mais gosto.


NCDL – Escritor ou escritores preferidos? Em que medida o trabalho deles influencia a tua escrita?
RC – Não tenho escritores preferidos, embora goste do trabalho da Becca Fitzpatrick (principalmente do primeiro livro), Marion Zimmer Bradley e Jana Oliver. Apenas a Becca me influenciou, mas foi só no que disse respeito a dar-me motivação para me aventurar a escrever fantasia. Ah! Mas também gosto um pouco das lamechices do Nicholas Sparks; são boas para o meu coração mole.


NCDL – Livro ou livros que ocupem um lugar de destaque nos teus gostos pessoais enquanto leitora?
RC – A série “Hush, Hush”, claro, a série de Jana Oliver “The Demon Trappers” e o “Diário da Nossa Paixão”. Na minha estante, ainda por ler, tenho a série imortais de Alison Noel e a série Anjo Caído, da Laren Kate. Não faço ideia se são boas histórias, mas tenciono descobrir em breve.


NCDL – Se algum jovem escritor te pedisse um conselho, qual seria?
RC – Já pediram muitos, mas eu não sou nenhuma escritora na verdadeira aceção da palavra para me sentir intitulada a dar-lhes conselhos. O que posso dizer é que não devemos desistir dos nossos sonhos, devemos continuar sempre a escrever, e quanto às críticas… bem, Deus que foi Deus não agradou a todos. Acima de tudo, gostem do vosso trabalho, porque se vocês não gostarem, quem gostará?


NCDL – Por fim, gostarias de deixar algumas palavras aos leitores do NCDL e, quiçá, teus futuros leitores?
RC – Se chegaram até este ponto, então quero agradecer-lhes a paciência para lerem tudo o que escrevi, lol! Faço votos de boas leituras e nunca deixem de ler, pois os livros levam-nos a lugares maravilhosos e expandem os nossos horizontes.

Rute, muito obrigada pela disponibilidade demonstrada para responder às minhas perguntas! Desejo-te todo o sucesso do Mundo para o teu caminho pelo mundo dos livros e não só


4 comentários:

  1. Sinfonia, Rute? Na Companhia dos Livros!
    Wake up and smell the coffee ;)

    ResponderEliminar
  2. Sorry. É o resultado de fazer muita coisa ao mesmo tempo... Corrigido!

    ResponderEliminar
  3. Sem problema Rute. Não levei a mal. Apenas achei por bem avisar-te que te baralhaste :)

    ResponderEliminar
  4. Ainda bem que avisaste. E se te aperceberes que troco outra coisa, avisa, sff. Com tanta coisa ao mesmo tempo, acaboi sempre por trocar um dado ou outro... =/

    ResponderEliminar