terça-feira, 9 de julho de 2013

Entrevista Liliana Lavado, autora de "Inverno de Sombra"



OLÁ! PODES COMEÇAR POR FALAR UM POUCO DE TI A QUEM NÃO TE CONHECE?
O meu nome é Liliana Lavado, sou escritora e bloguer do ‘Neuroses da Escrita 2.0’
Assino os meus livros como L.C. Lavado (o C. é de Carina) porque na adolescência alguns dos meus amigos me tratavam por LC e o apelido ficou até ser substituído por ‘Lili’ na faculdade. Acho que todos somos perseguidos por estas pequenas alcunhas durante a nossa vida, eu decidi tirar o melhor proveito de uma delas.
Há cerca de 2 anos ganhei coragem e peguei nos manuscritos que tinha na gaveta para me aventurar na auto-publicação. A experiência foi muito gratificante. Conheci outros autores, leitores e em Abril deste ano foi publicado em Portugal o meu primeiro livro ‘Inverno de Sombras’

QUANDO E O QUE TE LEVOU A COMEÇAR A ESCREVER?
O início da escrita não foi o que se pode esperar de uma escritora.
Na minha família ninguém tem qualquer ligação ao mundo da escrita, nunca fui alvo de expectativas para o vir a fazer.
Li o meu primeiro livro aos 15 anos e ‘por acaso’, mas apesar de ser tarde, parece que foi no momento certo.
Tal como vem referido na capa do meu livro, um dia quando estava numa livraria à procura de um livro e não encontrei nenhum que fosse aquilo que ‘gostava de ler naquele momento’, questionei-me: se não havia um escritor que fosse capaz de escrever a história que eu queria ler, porque é que eu não o deveria fazer?


QUAL A PRIMEIRA HISTÓRIA QUE ESCREVESTE E SOBRE O QUE É?
A primeira coisa que escrevi resultou no meu 1°livro, um romance de época passado no Alentejo que foi descrito por uma bloguer como: ‘Os Maias’ encontram ‘O Monte dos Vendavais’.
Trata-se da história de uma família e da suposta maldição que os mantém refém à terra onde vivem.
É o único livro que escrevi que não é de Fantasia e até hoje tento ganhar coragem para voltar a ele e lhe dedicar o tempo que merece, numa revisão que o vai tornar um livro inesquecível.

FALANDO DO "INVERNO DE SOMBRAS" EM PARTICULAR, ESTE LIVRO TORNOU-TE NUM GRANDE EXEMPLO PARA TODOS OS AUTORES QUE GOSTARIAM DE VER O SEU LIVRO PUBLICADO POR UMA GRANDE EDITORA UM DIA. PODES FALAR-NOS SOBRE O QUE É A HISTÓRIA E COMO SURGIU A IDEIA PARA O TEMA?
‘Inverno de Sombras’ é um livro de Fantasia Urbana cuja trama se baseia numa ficcionalização das origens do Mosteiro dos Jerónimos e uma misteriosa Caixa que é guardada por uma família em Lisboa.
A ideia surgiu da minha paixão por Lisboa e da vontade de partilhar esse encanto com os outros.

DEPOIS DE ESCRITA A HISTÓRIA, QUAL FOI O PASSO SEGUINTE?
Depois da escrita veio a criação da capa; em seguida a revisão; depois as leituras com os leitores-beta e por fim a maratona de formatação de ficheiros e submissões à Amazon, primeiro a loja Kindle e mais tarde a CreateSpace para a edição em papel.

O QUE TE LEVOU A OPTAR PELA AUTOPUBLICAÇÃO NO INÍCIO?
O mundo editorial português é minúsculo e para uma escritora como eu, sem qualquer ligação com o mundo literário ou os media, era impossível obter um contrato de publicação.
Tinha de ser realista comigo mesma: eu não era ninguém, e por que razão é que alguém me iria escolher a mim entre tantos outros?
Se era do conhecimento geral que as editoras não liam os manuscritos e se limitavam a enviar emails pré-feitos de rejeição (quando se davam sequer a esse incómodo), só me restava tentar falar ‘a mesma língua’ deles e enviar alguns números que lhes mostrassem que os meus livros poderiam ser um bom negócio. A auto-publicação permite aos autores independentes conseguirem números de vendas e com essas vendas reviews de leitores, ao mesmo tempo que lhes permite continuarem detentores dos direitos autorias.

COMO SURGIU O CONTACTO COM A MARCADOR DEPOIS?
A Marcador mostrou ser a editora mais dinâmica e contemporânea do Mercado editorial português.
Eles viram o que eu propunha, analisaram a informação que lhes submeti e de uma forma muito fácil e informal (o contrato foi discutido numa conversa pelo skype) acordamos que uma parceria seria de interesse mútuo.

QUE CONSELHOS DARIAS A QUEM GOSTARIA DE SER ESCRITOR?
Algo muito simples: continuar a escrever SEMPRE e não ficar à espera da permissão de ninguém para viver o sonho.
A internet disponibiliza todas as ferramentas. Não me refiro apenas à Amazon e a uma plataforma de vendas, refiro-me a artigos técnicos de ‘como melhorar a escrita’, a contacto com outros escritores, com leitores-beta… com pessoas que partilham do mesmo gosto pela leitura e pela escrita.




1 comentário:

  1. ‘Os Maias’ encontram ‘O Monte dos Vendavais’??? Que melhor apresentação poderia ter um livro para mim??? Dois livros que aconselho invariavelmente aos meus alunos. Fiquei hiper-curiosa.

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