segunda-feira, 12 de março de 2012

Entrevista| Interview: Carrie Jones


Carry Jones é a autora de “Need”, um livro que li recentemente e que é um New York Times Bestseller e foi também best-seller em França. Carrie Jones vive em Bar Harbor, no Maine (EUA), e adora andar de caiaque e cozinhar strudels. Em comum com a personagem principal da sua história tem as saudades do padrasto. Aqui ficam mais dados sobre a autora e a sua obra.

Olá, Carrie. Vamos começar por fazer um pequeno jogo com o título do seu livro, "Need" (Desejar, Necessitar ou Precisar em Português). Então...

A) Do que precisa para se sentir inspirada para escrever?
Oh, Céus. Eu apenas escrevo, não espero pela inspiração. Escrever é o meu trabalho, então sentir-me-ia superculpada se não o fizesse todos os dias.

B) O que precisa de fazer ou de ter consigo quando está a escrever?
Sou uma escritora “easy-going”. Só preciso de algo para escrever e usar os meus dedos.

C) Do que precisa para se sentir feliz com o resultado do seu trabalho?
Acho que nunca me sentirei feliz com o que fizer, o que soa como se eu precisasse de terapia, não é? É só que penso na escrita como uma arte ou um ofício, como esculpir ou tocar guitarra, e podemos sempre melhorar. Eu só quero continuar a melhorar. Acho que se estivesse sempre satisfeita com um livro, então perderia a motivação e tornar-me-ia complacente.

Onde podemos encontrar "Need"?
Não tenho certeza se está em toda a parte, mas está disponível em: Portugal, Hong Kong, Brasil, França, Espanha, Itália, Alemanha, Bulgária, Roménia, Reino Unido, Austrália, Tailândia e acho que me estou a esquecer de uns quantos países.

Quantos volumes terá esta série?
Quatro. O segundo volume já está publicado, tal como o terceiro. O último, “Endure”, sai em maio no Reino Unido e EUA.

O que lhe dizem os leitores a propósito de "Need"?
As pessoas têm sido muito queridas. É extremamente bondoso da parte deles tirarem algum tempo para me enviar e-mails sobre isso. Traz-me um pouco de humildade.

Tem outros livros publicados?
Os livros da série “Need” são: “Need”, “Captivate”, “Entice” e “Endure”. Depois há “After Obsession”, “Dear Bully”, “Tips on Having a Gay (Ex)boyfriend”, “Love and Other Uses for Duct Tape”, “Girl Hero”, e “Sarah Emma Edmonds was a Great Pretender”.

Está a trabalhar em algo de momento?
Estou! Eu estou sempre, sempre a trabalhar. Neste momento estou a trabalhar em dois romances para adultos jovens.

Como conseguiu que os seus livros fossem publicados?
O meu primeiro livro foi escolhido de entre uma pilha da lama (que é o que chamam a submissões não solicitadas) por Andrew Karre, que é um editor brilhante. Ele foi a primeira pessoa para quem o mandei. Tive  muita sorte. Agora, tenho um agente que também é adorável e brilhante, e ele submete todos os manuscritos por mim.

Qual foi o maior erro que cometeu na área literária e que não quer repetir?
Acho que foi a falta de verificação do meu próprio sobrenome, o que é horrível. Eis a história tórrida:

Começa como todas as coisas boas, com um e-mail anunciando a criação de Flux, uma marca de Llewellyn. Flux estava a aceitar romances YA. “Hum?”, pensei para mim. Tinha acabado de escrever um romance YA. Não, não o tinha mostrado ao meu orientador do programa de escrita no Vermont College MFA. Não, não tinha deixado ninguém lê-lo. Apenas o tinha escrito no mês passado e estava em bruto. Mas mandei-o. Escrevinhei uma carta de apresentação, encontrei alguns selos e enviei-o. Aqui está o que se seguiu, tirado das entradas do meu blogue.

«O Editor Querido ligou-me uma semana após lhe enviar o manuscrito. A sério. Uma loucura!

Dia 30, 2006
Ok. Aqui está a grande questão do dia: porque sou tão estúpida? Trabalharei nos exercícios de autoestima amanhã, mas hoje… Hoje! Hoje estou autorizada a usar toda a extensão da minha parvoíce. Aqui está o porquê: enviei alguns manuscritos para consulta na quinta-feira. Recebo um telefonema esta manhã, a partir de um editor de verdade, que diz:
- Hum, é a C.C. Jones?
- Sim - digo, enquanto despejo a comida para o gato.
Ele então começa a dizer-me que tem a minha proposta, quer ver mais do meu manuscrito, mas o e-mail vem sempre devolvido.
- A sério? - digo. - Isso é estranho.
- Deixe-me dizer-lhe o endereço - diz ele. - Cjonese@...
- Oh - eu digo. - Oh. Oh. Oh!
- O quê? - pergunta ele.
- Não há “e” no final de Jones.
- Bem me parecia- diz ele, soando sério.
Eu, então, peço desculpas e repreendo-me por nem sequer ter sido capaz de soletrar o meu próprio último nome! Que idiota. Ele dá-me um endereço de e-mail e eu envio-lhe o resto do manuscrito.
Sim, aquele bebé vai chegar a algum lugar. Ou não.
No entanto, ele foi gentil e ele disse, "É o manuscrito que me interessa, não a sua incapacidade de soletrar o seu próprio nome."
Que bom homem. Mesmo quando rejeita o manuscrito, é um tipo agradável.
Isto significa agora que o meu livro foi solicitado. “Girl Hero” foi solicitado (por um agente e marca). E um outro livro, que foi crucificado no workshop, foi solicitado. Será alguém realmente capaz de comprar alguma coisa? Não... E se o fizerem, serão capazes de entrar em contato comigo? Só se eu não me esquecer de indicar o meu endereço de e-mail correto. Bolas!


31, 2006
Então, apesar do fato de que não sei soletrar, o editor querido ligou-me ontem e falou comigo durante 40 minutos. Disse-me todas as coisas boas do meu livro e o que acha que poderia melhorar. Foi como conversar com um mentor da faculdade de Belas Artes de Vermont. Foi muito fixe. Ele era brilhante e muito, muito simpático.
E ele está a começar o livro através do processo de aquisições pela sua marca, o que é porreiro... Mas não mantenho as minhas esperanças elevadas quanto a isto até os papéis estarem assinados. Ainda assim, ele teve a melhor visão sobre a peça e estou muito entusiasmada para trabalhar nela. Então é isso que vou fazer – vou trabalhar nela. Ele só quer mais 10  mil palavras. Bolas! Facílimo. Ha.

Dia 4, 2006
Bem, aqui está uma rápida atualização sobre o editor querido. Ele mandou-me um e-mail, que não posso citar textualmente, porque de certo modo infringe os direitos de autor. No entanto, ele disse que queria contar-me o que se está a passar, que a peça estará a caminho do comité de aquisições na quinta-feira e ele vai-me ligar quando estiver tudo pronto. É tão querido da parte dele. Mas vou estar uma pilha de nervos até sexta-feira e eu já estou excitada e neurótica o suficiente agora. Acho que a minha família em breve renegar-me-á.
Numa nota positiva, escrevi mais de 15 mil palavras esta semana e estou muito feliz com isso. Coloquei mais definição, o que é bom, porque sou fraca nisso. Também mudei o final e acrescentei um par de cenas de conflito. Oh, e o editor querido disse que espera que eu tenha uma ótima semana. Será doido? Tal como eu disse a Emily Asa Smith, não importa o que acontecer; tornei a peça melhor e por isso não posso reclamar quando ele me der um pontapé no rabiosque. Pois... Agora, de volta a rever a minha tese de crítica.

Dia 9, 2006
Hum, ok... O editor querido ligou e continua a ser o Editor Querido.
Ele conversou com a comissão de aquisições hoje e queria falar-me sobre isso antes de lutar contra a tempestade de neve e conduzir rumo a casa. Ele disse que estavam todos "muito entusiasmados". Gostaram da escrita, especialmente dos detalhes, e disse que mesmo as pessoas que não gostam de YA ficaram viciadas.
YIPPPEEEE!!
Então, ele vai telefonar-me amanhã para me dar detalhes do contrato, etc... o que é ótimo, exceto que não sei absolutamente nada sobre contratos, porque nunca pensei que me seria oferecido um. Oh, a estupidez de me continua...

Alguma mensagem para os seus leitores?
Soletrem sempre o vosso sobrenome corretamente?

Onde podem as pessoas encontrá-la?
http://www.carriejonesbooks.com/
https://twitter.com/ #! carriejonesbook /
http://www.facebook.com/carriejonesbooks
http://www.facebook.com/pages/Carrie-Jones/59917341808
http://www.facebook.com/NeedPixies (Este é um site da minha editora americana para a série)

Sem comentários:

Enviar um comentário