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Sem que nada o fizesse
prever, ele atirou a mochila para o passeio e desatou a correr à chuva,
saltando em todas as poças lamacentas que encontrava. Uma delas libertou toda a
água em cima das pernas de Marina, que ficou retesada no mesmo lugar. O rapaz
girava sobre si mesmo, de olhos fechados e braços abertos, recebendo as gotas
na cara. A intempérie resolveu dar-lhe uma pequena ajuda na sua intenção de
ficar encharcado e aumentou exponencialmente o nível de precipitação. Parecia
uma cena de um filme: ele tinha a roupa colada ao corpo de tão ensopada, o que
não o preocupava sequer, pois parecia feliz e perdido numa dimensão à parte.
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