A Silvana, do blogue "Por Detrás das Palavras" fez-me uma entrevista, que publicou no passado dia 20 de maio. Aqui fica a transcrição da mesma ;-)
«Por detrás do autor - Rute Canhoto
Desta vez, a autora que se sujeitou às minhas perguntas foi a escritora Rute Canhoto!
Recentemente, a escritora disponibilizou o seu livro para que os bloggers o lessem e emitem-se a sua opinião sobre o mesmo. Como gosto de ler e como valorizo os escritores portugueses, não poderia deixar passar esta oportunidade em branco!
Para quem é distraído e ainda não teve a fantástica oportunidade de se cruzar com as palavras desta escritora fica aqui uma pequena entrevista que, muito amavelmente, a Rute respondeu. Esperamos que fiquem curiosos em relação à escritora e aos seus livros!
1. É difícil falar de nós próprios, mas gostaria que em três palavras definisses quem é a Rute enquanto pessoa e o porquê de cada uma dessas palavras.
A Rute, isto é, eu, sou sonhadora, persistente e esperançosa. Sonhadora, porque tenho grandes sonhos e gostaria de alcançar um monte de coisas; persistente, porque luto e persigo os meus sonhos; e esperançosa, porque tento dar o meu melhor e espero que o resultado seja do agrado de todos.
2. E enquanto escritora?
Descrever-me-ia exatamente da mesma maneira: sonho com as minhas histórias, tento levá-las o mais longe possível e espero que as pessoas gostem, embora, e como se costuma dizer, “não seja possível agradar a Gregos e Troianos”…
3.Consegues definir um momento em que o teu gosto pela escrita e pelas palavras despertou?
Logo que aprendi a escrever. Assim que aprendi a escrever, comecei logo a escrever contos e até poesia, com versos muito maus, mas que ao menos rimavam, lol!
4. Para além da escrita a leitura é algo que faz parte do teu quotidiano? Quais são os livros que fazem com que a tua mente se perda pelas suas páginas?
Sim, a leitura faz parte do meu quotidiano: tento ler um pouco todas as noites quando me deito, até porque me ajuda a relaxar, transportando-me para outro mundo. Gosto de vários tipos de livros, mas perco-me por romances e histórias relacionadas com o paranormal. Se puder combinar as duas coisas, melhor ainda.
5. “Perdidos” não é o teu primeiro livro, em que medida os anteriores contribuíram para o nascimento deste?
Antes do “Perdidos”, escrevi o romance histórico “Almira, a Moura Encantada” e um conto de Natal, embora poucas vezes o mencione, pois atribuo maior importância ao primeiro. “Almira” contribuiu para o nascimento de “Perdidos” na medida em que já tinha cumprido o meu objetivo primordial: começar por escrever algo relacionado com a terra de onde sou oriunda. A partir daí, senti-me libertada para poder enveredar por outros géneros e explorar outras vertentes.
6. Fantasia é o género literário em que o livro “Perdidos” se insere e, igualmente, o género literário do momento. O que é que te fascina neste género?
As possibilidades infinitas. Podemos ler mil livros sobre o mesmo tipo de entidade sobrenatural e esta ser sempre abordada de maneira diferente, com novas características. Mas o “Perdidos” não é fantasia por ser o género “do momento” – simplesmente achei que, e como referi, como já tinha feito o que queria, e que era começar por escrever sobre algo da minha terra, podia partir para aquilo de que realmente gosto (a fantasia).
7. O processo de escrita nem sempre flui do mesmo modo. Quais foram as tuas principais facilidades e dificuldades na escrita do “Perdidos”?
A história foi fácil de criar, fluiu-me bem, melhor nuns dias, escrevendo menos páginas noutros, mas sempre a escrever. O mais difícil… bem, foram duas coisas: a primeira foi não ser tão detalhada, pois gosto de uma história sem grandes saltos temporais e “corrida”, mas isso tornava-a demasiado chata e demorada; em segundo, foi tentar ir ao encontro dos gostos de toda a gente. Pedi diversas opiniões, mas foram sempre tão contrárias umas às outras, que só encolhi os ombros e segui o coração. É uma deixa lamechas, mas às vezes temos que segui-lo e deixar que a nossa intuição nos guie. Deus que foi Deus não agradou a todos, quanto mais eu, lol!
8. Relativamente às personagens que habitam as páginas do livro, quer-nos falar um bocadinho do seu nascimento? Quais as principais inspirações para a sua criação?
O Lucas é a entidade sobrenatural de que precisava e queria-o um anti-herói que pudesse evoluir. O Joshua é uma personagem romântica, um pouco infantil às vezes, mas que vai fazer correr muita tinta nos próximos livros. Por último, a Marina é a rapariga atinada, cuja vida irá mudar. Quanto às inspirações para a criação das personagens, parti daquilo que gosto de encontrar nos outros livros. Sempre ouvi dizer que devia escrever um livro que eu quisesse ler – foi o que fiz: peguei no que gosto e transportei-o para a minha escrita. Embora possam considerar que isso vai de encontro ao que está “na moda”, para mim, vai ao encontro é do que gosto, e se não gostarmos daquilo que fazemos, para quê fazê-lo então?
9. O que é que podemos esperar dos próximos livros? Já tens uma data definida para o lançamento do segundo volume?
Estou a escrever o segundo volume neste momento. Gostaria de lançá-lo até ao final do ano, mas, estando a trabalhar e tendo pouco tempo para escrever, vai ser difícil atingir essa meta, embora isso não signifique que não vá tentar. Nos próximos livros podem esperar algumas reviravoltas inesperadas, vou tentar tornar as coisas mais “dark” e incluir mais ação, e nem tudo será o que parece. Sendo muito sincera, e porque é um trabalho em andamento, tenho lido as opiniões que têm sido publicadas e tenho procurado ir ao encontro do que me sugerem, até porque tenho interesse em agradar ao leitor, embora mantendo a minha liberdade criativa.
10. Por fim, como gostarias que a tua carreira de escritora evoluísse?
Gostava de ter uma carreira de escritora real. Quero dizer, eu escrevo, mas as minhas histórias apenas chegam a um número limitado de pessoas, não houve nenhuma “grande” editora que decidisse pegar em nenhum dos meus trabalhos… Enfim, gostaria que isso mudasse, até porque não escrevo só para mim – quero partilhá-lo com tantas pessoas quanto possível. É demasiado ambicioso? Talvez, mas podemos sempre sonhar =) Ah! E obrigado por esta entrevista; fico-te muito agradecida por ela e por teres lido o meu livro ;-)
Obrigada Rute! »
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