sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Entrevista| Interview: Nicole Storey




Magia e realidade cruzam-se em “Grimsley Hollow: The Chosen One”, de Nicole Storey. O livro, o primeiro da autora a ser publicado, saiu em Setembro de 2011. A obra tem recebido boas críticas até ao momento e chegou inclusive a ser comparado com a saga “Harry Potter”.
Nicole vive na Georgia (EUA) com o marido e os dois filhos, é doméstica e passa os dias a criar novas aventuras literárias nos intervalos das tarefas de casa. Tal como a própria refere na sua biografia, gosta de “cozinhar, ler, fazer jardinagem” e sonha “todo o ano com o seu feriado preferido, o Halloween (Dia das Bruxas)”. Um dia, a magia do Halloween e as suas espantosas criaturas sobrenaturais encontraram-se com a sua vida diária e o resultado está disponível para todos lerem.
Aqui fica uma pequena entrevista à autora para se saber mais sobre o seu trabalho e também sobre ela mesma.

O que a levou a escrever "Grimsley Hollow: The Chosen One"?
Ao início era um escape para mim. Acho que escrever é muito relaxante e estava a atravessar um período muito difícil na minha vida. Decidi então representar os meus filhos num livro e tive uma ideia para a história. Decidi ver o que conseguiria fazer dali.

Então as personagens Gage e Sidney existem de facto. Que mais é real na história?
Os problemas que o Gage tem com o autismo e os desafios que ele enfrenta por causa disso. Também é real o facto de que ele não tem amigos e de que ele e a sua família adoram o Dia das Bruxas.

Porque escolheu o tema da magia?
Sempre adorei o Dia das Bruxas e a “magia” inerente às tradições deste feriado. Também adoro bruxas, vampiros, lobisomens e outros tipos de criaturas mágicas, por isso combinei-os a todos na minha história.

Quando li o seu livro, senti que realidade e ficção se misturam de forma a passar uma mensagem. Que mensagem está a tentar passar para o público?
A mensagem que espero passar é que as crianças com necessidades especiais não são diferentes das “normais”, pois apenas querem ser aceites e ter amigos. Espero que as crianças ao lerem o meu livro vejam o que têm em comum com o Gage e percebam que afinal não são tão diferentes. Também espero que os pais ao lerem o meu livro façam um pequeno esforço para explicar aos seus filhos que as crianças com necessidades especiais não são alguém de quem devem ter pena; não devem gozar com elas, mas antes tentar ser seus amigos e incluí-las nas suas vidas.

Tendo em conta o final do livro, depreendo que se trata de uma série. Quantos volumes terá?
Por agora estão previstos três. De facto, haver mais livros ou não depende de como se desenrolarem os próximos dois.

E já está a escrever o próximo?
Sim, estou, mas tenho a dizer que na realidade o livro se está a escrever a si próprio, LOL! Eu tinha um esboço delineado, mas a história parece não querer segui-lo e ganhou vida própria.

Pode revelar-nos o que podemos esperar do segundo volume?
O segundo livro gira em torno da tentativa de salvar o Siren. Irão ser introduzidas novas personagens, mas também irei trazer de volta grande parte das que figuraram no primeiro livro.

Que feedback tem recebido a propósito de “Grimsley Hollow: The Chosen One”?
Até ao momento, todos os que o leram responderam de forma positiva, Recebi seis classificações de 5 estrelas no Amazon e mais umas quantas no Goodreads.

A publicação do seu livro coube-lhe a si, correcto? Tentou enviá-lo para alguma editora?
Sim. Submeti-o há pouco a duas editoras e estou a aguardar informações sobre como fazê-lo chegar a uma terceira.

Porque decidiu publicar o livro por si própria?
Decidi-me por essa opção por várias razões. Primeiro, um escritor faz mais dinheiro com as suas vendas se for ele próprio a publicar. Segundo, ouvi dizer que é mais fácil fazer-se notar por uma editora se tivermos um livro publicado e este receber boas críticas. Terceiro, funciona para mim. Gosto de ser a minha própria chefe, não ter prazos de trabalho a cumprir e publicar o meu livro como acho que deve ser, sem que ninguém me diga para o alterar para como eles acham que devia ser.

Quais foram as maiores que dificuldades que encontrou enquanto uma escritora estreante?
Principalmente os procedimentos de publicação. Não sou perita em computadores, por isso estava insegura quanto a como formatar o livro para os diferentes sites e como redimensionar a capa… este tipo de coisas. Por sorte tenho grandes amigos que me ajudaram nessas questões. Também contratei pessoas (autores) para me auxiliarem; prefiro pagar 40 dólares a alguém para formatar o meu livro do que passar duas semanas a tentá-lo fazer eu mesma!

Qual foi o melhor conselho que recebeu enquanto escritora?
Uau, essa é difícil! Recebi tantos conselhos bons que é difícil escolher o melhor. Acho que o mais importante para todos os escritores é o de que têm que criar uma “pele grossa”. Nem toda a gente vai gostar do seu trabalho e também irão haver más críticas. Apenas têm que se lembrar que as críticas não são pessoais (embora muitos de nós vejamos os nossos livros como os nossos filhos). Há que tentar conseguir angariar o máximo possível de conselhos construtivos e prosseguir.

E tendo em conta a sua experiência, que conselho daria a novos escritores?
Não desistam! Se escrever é a vossa paixão e o que querem fazer, então façam-no! Adiram a um clube de livros ou um grupo de escrita criativa, reúnam tanta informação quanto conseguirem, aprendam com os outros escritores e coloquem questões, mas nunca desistam. Oh, e assegurem-se de que têm um bom corrector! LOL!

Onde é que as pessoas a podem encontrar?
A minha página do Facebook é: https://www.facebook.com/nicolestoreyfans.
O meu website é nicolestorey.webs.com e o meu blogue é nicolestorey.wordpress.com
Também me podem encontrar no Twitter (@nicole_storey) e no Goodreads (www.goodreads.com/nicolestorey)

SINOPSE
Gage Gilbert é um rapaz autista de onze anos que adora o Dia das Bruxas e não tem amigos. Embora sempre se tenha sentido satisfeito com a segurança que a sua família lhe proporciona, Gage anseia por aventura e amigos verdadeiros, não apenas aqueles que ele cria na sua mente. É então que conhece Eve. Eve é uma jovem bruxa de outro mundo, chamado “Grimsley Hollow” – é aí que todos os seres míticos vivem em paz e segurança. Mas este mundo está em apuros e Gage é o único que os poderá salvar de uma bruxa que pretende assumir o controlo. Com a ajuda de Eve (bem como de um duende sarcástico, um lobisomem que só arranja sarilhos e um meio-vampiro), Gage viaja para Grimsley Hollow; juntos começam uma jornada que os irá mudar. É uma corrida perigosa contra o mal, em que criaturas desconhecidas percorrem a terra sob uma lua sangrenta e monstros que apenas existem em sonhos se tornam reais. Gage queria amigos e aventuras, porém não fazia ideia de que isso tivesse um preço tão perigoso. Poderá um rapaz autista derrotar uma bruxa malvada e ajudar os seus novos amigos? Viaje até Grimsley Hollow e descubra!

CRÍTICA
Link: http://www.goodreads.com/review/show/202447039
Acabei de ler este livro dia 27 de Setembro de 2011. Demorei algum tempo a concluir a sua leitura, porque foi o primeiro “ebook” que li =) Ter uma visão nada boa não ajudou muito a ler o texto do ecrã do computador e valeu-me umas quantas dores de cabeça…  Queixas pessoais à parte, gostei bastante do livro! É uma história que remete para o mundo mágico de Grimsley Hollow e para a ameaça que paira sobre a paz que o caracteriza: Inari, uma bruxa ambiciosa.
O que mais me agradou neste livro é o facto de ter como personagem principal um rapaz que é autista, chamado Gage. Aqui é apresentado o drama diário de alguém que tem autismo, mas a autora rejeita o papel de “vítima”: Gage destaca-se e mostra-se tão capaz como qualquer pessoa. É um “grito de revolta social” contido na mensagem das linhas mágicas. Além disso, Gage e Sydney são mais do que personagens fictícias, são bem reais e os dilemas com que o Gage se debate e a incompreensão que enfrenta todos os dias são bem verdadeiros – aprende-se uma coisita ou outra sobre este assunto principalmente nas primeiras páginas. Sendo um livro destinado a um público mais jovem, as personagens são bastante inocentes, fugindo de certa forma ao carácter dual das pessoas. Para alguns pode ser uma fonte de crítica, porém não é algo que me desagrada, pelo simples facto de que a história é dirigida aos mais jovens – tentar passar bons comportamentos e atitudes é algo que pode contribuir de forma positiva para o seu crescimento pessoal. A minha personagem preferida foi o Puck – aquele pixy é o máximo! É o típico tipo “duro”, que afinal tem um coração de manteiga. O final, hum… falta-lhe ali qualquer coisita, talvez mais uma página de debate entre a jovem bruxa Eve e Gage. É uma história muito bem conseguida e fico à espera do segundo volume da série! E o Syren também! =)


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