domingo, 11 de setembro de 2011

Entrevista| Interview "Soberba Escuridão"


(English version available here)

Para dar início à rubrica de divulgação de trabalhos de novos autores, vou começar por “Soberba Escuridão”, de Andreia Ferreira. Este é um livro que li há cerca de um mês atrás e, tendo em conta que se trata da primeira obra da autora, creio que faz todo o sentido começar precisamente por aqui.

SINOPSE “Soberba Escuridão”
Quando o relógio pisca as doze horas intermitentes, Carla recebe no seu quarto uma visita indesejada. A partir daí, todo o seu mundo desmorona e a solidão e o medo encarregam-se de a arrastar para um estado deprimente que só um desconhecido parece compreender. Cega de paixão, nega as evidências de que o seu novo amor é mais do que um rosto angelical. Ele esconde segredos que a levarão para perigos que parecem emergir das profundezas do inferno.”

PEQUENA CRÍTICA
Devo confessar que o início me desmotivou; a leitura tornou-se lenta e quase perdi a vontade de continuar. No entanto, mais à frente a autora fez questão de provar que estava errada e que valia a pena prosseguir: o texto assumiu contornos mais interessantes e a leitura tornou-se mais fluida e fácil – digamos que se entrou na história propriamente dita e as coisas tornaram-se mais interessantes. Gosto particularmente do facto deste livro abranger diversos elementos do sobrenatural. Quando sair o próximo volume, tenciono comprá-lo, dado que gostaria de saber o que acontecerá em seguida!

ENTREVISTA À AUTORA

1 – Olá, Andreia! Para quem não te conhece, fala-nos um pouco de ti.
Tenho uns modestos 24 anos (ainda não completei um quarto de século) e sou licenciada em Línguas e Literaturas Europeias – Major Português, Minor Inglês na Universidade do Minho. Gosto de dizer que sou caranguejo porque, apesar de a astrologia não ter muita lógica, a leitura da personalidade do signo descreve-me. Sou viciada em fantasia medieval e urbana: a medieval abre uma brecha de nostalgia de vidas que não vivi e a urbana abstrai-me da dura realidade da vida e permite culpar outras criaturas das maldades do mundo.

2 – O que te levou a escrever livros?
Os livros escolheram-me (um pouco como os gatos escolhem os donos) muito cedo e a escrita apareceu mais ou menos ao mesmo tempo como uma forma de expressão. Escrevia poemas (infantis e com dramas de adolescente) e escrevia as chamadas “composições" com tanto afinco; o que para os meus colegas era um trabalho, era para mim um prazer. Inspirada pelos livros "Arrepios" escrevi um pequeno conto de cerca de 20 páginas com doze anos. O "Soberba Escuridão" surgiu como um hobbie que cresceu imenso.

3 – Foi difícil começar? Quais as maiores dificuldades que encontraste pelo caminho?
Começar foi fácil, extremamente fácil. O 1º capítulo saiu como espirro incontrolável e a criação da Carla, Ana, Raquel e Caael foi quase como se descrevesse pessoas reais de tão vivas que elas estavam na minha mente. O problema surgiu a meio onde precisei de desenvolver o enredo de tal forma que conseguisse surpreender no final. Escrevo o que gosto de ler, por isso dou bastante importância ao factor surpresa. O final foi um desafio! O que explicar? O que deixar por dizer para usar no próximo? Foram perguntas que me assolaram durante a construção dos últimos capítulos.

4 – E em relação às editoras nacionais, como procedeste? Certamente terás enviado o teu manuscrito para algumas delas. Como reagiram à tua obra e como se repercutiu isso em ti?
Cometi um erro enorme – remeti o manuscrito sem o corrigir. Erros de principiante.
Contudo, foram mais aquelas que se recusaram a receber trabalhos de novos autores do que aquelas que me deram a oportunidade de lhes mostrar o meu trabalho. "Não estamos a aceitar novos autores", "a altura não é propícia ao lançamento de novos nomes", etc. Foi desgastante e desmotivante. Comecei a receber respostas que me fizeram gargalhar, editoras que pediam valores exorbitantes para publicarem e outras que prometiam a divulgação que eu sabia que não iriam conseguir cumprir. A Alfarroba surgiu como uma lufada de ar fresco (adoro esta expressão, vocês não?) e crescer ao lado deles é algo que pretendo, pois são uma equipa esforçada e competente. Gosto muito de trabalhar com pessoas ambiciosas e que querem vencer com qualidade (e não quantidade) neste mundo "cão".

5 – Onde foste buscar a tua “inspiração” para escreveres “Soberba Escuridão”?
Naquilo que gostaria de ler. Por exemplo, lia um livro e dizia que queria ver aquilo de uma forma, depois achava aquele momento demasiado lamechas e etc. Decidi criar a minha própria história e desafiar a minha imaginação e o meu conhecimento sobre o sobrenatural. Também me inspiro em mim. Procuro os meus medos para incutir medo e as minhas fraquezas para criar as cenas mais românticas. Contrario as minhas decisões e ponho as personagens a agir exactamente da maneira oposta à que eu reagiria.

6 – É um livro único ou faz parte de uma série?
Segundo o esboço que tenho, o dito esqueleto do enredo, a "Série Soberba" será uma trilogia.

7 – E já te encontras a trabalhar no próximo livro?
Sim. O segundo volume já está a ser compilado com afinco sempre que o tempo e a minha imaginação me permitem.

8 – Queres desvendar-nos um pouco sobre o que tratará?
Posso dizer que está mais profundo e mexe mais com o psicológico do que o primeiro volume. Sinto que irá deixar muita gente de queixo caído! Eheheheh...

9 – Queres deixar alguma mensagem a quem se pretenda aventurar no mundo literário na qualidade de escritor?
Persistência; estar receptivo às críticas CONSTRUTIVAS (há quem critique sem saber o que argumentar em sua defesa); atenção às propostas manhosas e ter em mente que "NÃO SE PODE AGRADAR A GREGOS E A TROIANOS" ou "NEM DEUS, QUE FOI DEUS, AGRADOU A TODA GENTE". Com isto quero dizer para não desanimarem se alguém não gostar.

10 – Onde te podemos encontrar?
Os meus contactos são:


Facebook blog e "Soberba Escuridão":

Goodreads:

Sem comentários:

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