terça-feira, 3 de março de 2015

Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce


Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce. Infelizmente, não posso participar. Outra vez. E estou irritada.
Encontro frequentemente concursos literários cujo regulamento leio, acho-os interessantes e até queria participar. Até que encontro a cláusula que me exclui: só para “autores sem livros publicados”.
 
«Sou autor de um livro que se encontra publicado, mas que não é de literatura infantil. Posso participar no concurso?
Não, não pode. Um dos objetivos fundamentais (…) é estimular a emergência de novos autores e facilitar o seu acesso ao mundo da edição e ao mercado dos livros. Nesse sentido, entendemos que quem já publicou uma obra, independentemente da sua natureza ou tipologia, é um iniciado nesse circuito, pelo que precisará menos de apoio do que quem nunca viu uma obra editada.»

Este argumento, do meu ponto de vista, é uma dor de cabeça, senão vejamos: eu tenho um único livro publicado por uma editora, ou melhor, por uma vanity, conceito que eu desconhecia por completo até há uns anos atrás. Quando concordei com a publicação desse livro, fiquei contente, claro está, pois havia alguém interessado no meu livro. À luz do que sei hoje sobre o mercado editorial, não o teria feito, mas não vale a pena chorar sobre o leite derramado; tomei a decisão que tomei e segui em frente. Agora, e contrapondo com o que é dito neste ponto do regulamento, por amor aos santos! “Precisará de menos apoio do que quem nunca viu uma obra editada”? Que facilidades é que me trouxe a publicação do meu livro? Zero! Nenhuma! Caso contrário, os três que se lhe seguiram não teriam sido autopublicados e até esse foi um processo que levei algum tempo a estudar e a aprimorar. Ter uma “pequena” editora a publicar o nosso livro não é sinónimo de sucesso, garantias e facilidades; para muitos, é quase como dar meio passo à frente e esse meio ainda é, muitas vezes, garantido pelo próprio, pois a dita editora nada fez sequer para divulgar o trabalho do autor. Enfim… por uma decisão tomada com base em (nenhum!) conhecimento do funcionamento do mercado editorial, mais de metade dos concursos está-me vedado. Acho que podiam, ao menos, excluir as vanity
Alternativas: 1) encontrar concursos sem esta ressalva; 2) continuar a enviar manuscritos para as grandes editoras; 3) se nada resultar, autopublica-se =P

De qualquer modo, para quem pode e quer participar, aqui partilho o link para o Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce: http://www.pingodoce.pt/premio-de-literatura-infantil


4 comentários:

  1. Olá;

    eu não vou participar mas é por outro motivo:
    - eles ficam com os direitos do livro PARA SEMPRE. Para todo o sempre e para tudo (ebooks, audiolivros, cinema, teatro, etc, etc). Tipo, dão 25 mil euros e pronto, ficas sem esse livro, não podes publicar de nenhuma maneira (em ebook, por exemplo), passe o tempo que passar. E há por aí concursos que cada vez mais têm essa cláusula, para mim abusiva.

    ****

    Ágata Simões

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    1. E ainda falta uma coisa Dunyazade, o prémio não fica por 25000 Euros, com os impostos que o vencedor tiver que pagar, afinal já que o Pingo Doce e o grupo Gerónimo Martins ficam com os direitos da história, bem que podiam pagar o imposto!

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    2. Eu estou a escrever uma história infantil, para fazer uma homenagem muito séria a alguém, gostava de inscrever-me sim, mas a memoria dessa pessoa é sagrada, gostaria que este concurso fosse mais humano! Enfim....mais transparente. Se ganhasse seria para ajudar os animais desfavorecidos, já que também será um conto infantil. Como todos os contos infantis são encarnados animais. Quero viver num mundo de verdade, de transparência e bondade. Não é o que dizem os livros de histórias para crianças ? Estou decepcionada !

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  2. ya é fatela ,mas podes me ajudar a escrever,não percebo muito o regulamento e podias dar umas dicas ;)

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