segunda-feira, 3 de março de 2014

Opinião: “A Rapariga que roubava livros”, Markus Zusak



Título: A Rapariga que roubava livros
Autor:  Markus Zusak
Edição/reimpressão: 2008
Editor: Editorial Presença
Páginas: 468
ISBN: 9789722339070


SINOPSE
Molching, um pequeno subúrbio de Munique, durante a Segunda Guerra Mundial. Na Rua Himmel as pessoas vivem sob o peso da suástica e dos bombardeamentos cada vez mais frequentes, mas não deixaram de sonhar. A Morte é a narradora omnipresente e omnisciente e através do seu olhar intemporal, é-nos contada a história da pequena Liesel e dos seus pais adoptivos, Hans, o pintor acordeonista, e Rosa, a mulher com cara de cartão amarrotado, do pequeno Rudy, assim como de outros moradores da Rua Himmel, e também a história da existência ainda mais precária de Max, o pugilista judeu, que um dia veio esconder-se na cave da família Hubermann. Um livro sobre uma época em que as palavras eram desmedidamente importantes no seu poder de destruir ou de salvar. Um livro luminoso e leve como um poema, que se lê com deslumbramento e emoção.

OPINIÃO
Acabei de ler este livro a 25 de fevereiro de 2014 e dou-lhe uma classificação de quatro estrelas.
Foi o primeiro livro que li deste autor e tenho a dizer que gostei bastante e sim, chorei na reta final, admito.
Se estão à espera de uma história tradicional ou um amor romântico em tempo de guerra, desenganem-se. Em primeiro lugar, a história tem um narrador muito peculiar, o que me agradou muito. Os pensamentos que ele vai partilhando ao longo das páginas que se sucedem também são interessantes; é um ponto de vista diferente. Em segundo lugar, são-nos contados episódios da vida de Liesel Meminger no número 33 da rua Himmel e como esta é afetada pela chegada de Max.
Adorei todas as personagens, como o generoso Hans, o impertinente Rudy, a irritadiça Rosa, a misteriosa mulher do presidente da Câmara, o pugilista Max, a própria Liesel… são personagens credíveis e a sua humanidade faz-nos lembrar qualquer pessoa com que nos cruzamos no dia-a-dia.
A história da Liesel é engraçada, com cenas felizes, outras tristes. Começa logo com um acontecimento triste e as coisas parecem que não vão correr bem, mas acabam por se compor, à sua maneira. Havia um desfecho previsível para esta personagem, no entanto o autor trocou-nos as voltas.
Os livros. Reconheço que nenhum dos títulos mencionados me é familiar. Contudo, a paixão de Liesel pelas palavras é algo que partilho com a personagem e nisso percebo-a bem. Nunca roubei livros da biblioteca de alguém ou os salvei de uma fogueira, mas quando compro um, fico feliz de o ter nas mãos.
Por fim, falando da escrita, adoro a forma como Zusak escreve. O modo visual como descreve as coisas, que quase podemos senti-las e cheirá-las, é cativante. Tem uma escrita um tanto ou quanto poética. E as histórias que cria pelo meio? “A Sacudidora de Palavras” é linda, profunda e capaz de nos tocar e dar esperança de que uma pequena semente germine e resulte em algo grande.
Em seguida vou voltar à Bisi Leyton, mas ler mais qualquer coisa de Markuz não está fora de questão.


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