terça-feira, 16 de abril de 2013

Entrevista a Carla Ribeiro


Na sequência da minha leitura de “Os Senhores da Sombras”, enviei uma pequena entrevista à respetiva autora, Carla Ribeiro. Aqui fica então a oportunidade de a conhecerem melhor e ao seu trabalho.

OLÁ, CARLA. PODEMOS COMEÇAR COM UMA PEQUENA APRESENTAÇÃO?
Olá. Bem, para começar, nunca sei bem o que dizer sobre mim. Mas, em jeito de resumo, tenho vinte e seis anos e muitas histórias para contar. Tenho o vício da leitura e, apesar dos ocasionais bloqueios, também o da escrita. Gosto de ler, independentemente de temas e géneros, e, por isso, também o que escrevo pode ser de diferentes géneros.

QUANDO COMEÇASTE A ESCREVER?
Se olhar para trás com atenção às pequenas coisas, consigo encontrar episódios de escrita quase desde que me conheço. O ponto em que a ligação se tornou séria, esse, aconteceu quando eu tinha uns catorze anos. Foi a altura em que essas ideias ocasionais se tornaram numa vontade mais definida. A partir daí, a escrita passou a ser uma companheira, de momentos maus e de momentos muito bons.

O QUE TE LEVOU A DAR O SALTO E DECIDIR PARTIR PARA A PUBLICAÇÃO DO UM LIVRO?
Quando uma história se começa a formar na minha cabeça, é quase inevitável que, mais cedo ou mais tarde, vou ter de a escrever, caso contrário a história vai continuar a crescer nos meus pensamentos e a aparecer nas alturas mais improváveis. Mas fica a sempre a sensação de algo incompleto no acto de contar uma história, se ninguém estiver lá para a ouvir. Queria contar as minhas histórias a alguém, não apenas a mim mesma. E, a partir daí, pareceu-me que o passo que faltava seria tentar a publicação.

QUAIS AS MAIORES DIFICULDADES QUE TENS ENCONTRADO PELO TEU CAMINHO ENQUANTO ESCRITORA?
Duas em particular. A primeira é que, sendo uma pessoa relativamente insegura, bastam pequenas coisas para me abalar o processo criativo, o que resulta quase sempre em bloqueio. Racionalmente, tenho consciência de que há sempre pontos positivos e negativos, mas isso não lhes retira necessariamente o impacto emocional. A outra dificuldade é comum a muitos outros na minha posição: a estrada para a publicação nunca é fácil e tê-lo feito uma vez não garante as seguintes. Mas não estou a dizer nada de novo, pois não?

QUAL O TEU GÉNERO LITERÁRIO PREFERIDO?
Tento não me limitar a um género, mas sempre tive uma paixão especial pela literatura fantástica. Foi em livros do género que encontrei algumas das histórias e das personagens que mais me cativaram e, por isso, foi sempre o género que mais me fascinou. Gosto de explorar mundos e tempos alternativos, de hierarquias diferentes, de situações diferentes das do nosso tempo. E a literatura fantástica permite-me encontrar tudo isso.

QUANTO A “SENHORES DA NOITE”, PORQUE APOSTASTE NO TEMA DOS IMORTAIS?
Tinha uma ideia específica do que queria para a história do Senhores da Noite: queria uma história sem heróis. Tenho uma tendência para esse tipo de personagem e queria explorar uma ideia em que invertesse essa tendência. Mas também não queria pensar nas personagens como apenas vilões. Queria que o seu lado negro tivesse justificações e motivações capazes de gerar empatia. Por isso, criei-lhes um conflito global que os pusesse em circunstâncias difíceis. E, para que o conflito pudesse durar gerações, e para os deixar numa posição de comando, fi-los Imortais e capazes de dominar a magia.

QUE FEEDBACK TENS RECEBIDO A PROPÓSITO DESTE LIVRO?
Tenho de admitir que não acompanho de perto o que se diz sobre o meu livro, principalmente devido às tais inseguranças de que falei lá atrás. Mas houve quem me contactasse directamente para partilhar impressões. E, nalguns casos, essas impressões eram bastante positivas, o que me deixou feliz.

SEI QUE TENS OUTROS LIVROS PUBLICADOS. QUAIS SÃO E O QUE ABORDAM?
São essencialmente de dois géneros. Escrevo bastante poesia e, ainda que muita dela esteja na gaveta, também publiquei alguma. São os livros Estrela sem Norte, Canto de Eternidade, Alma Abandonada e Dualidades (este foi escrito em conjunto com outra autora, a Susana Catalão). Além destes, há os que, na minha cabeça, chamo de saga Arasen: Alma de Fogo, Herdeiros de Arasen (I e II) e O Deus Maldito. Fazem parte de uma série, e a história enquadra-se (sem surpresas) na literatura fantástica, com um sistema governado por magos como base. Por último, há os mais recentes: E Morreram Felizes para Sempre, um conjunto de contos e Pela Sombra Morrerão, uma novela de horror com vampiros. Além do Senhores da Noite, claro.

QUANDO SAI O PRÓXIMO LIVRO?
Neste momento, não sei. O livro está pronto há bastante tempo, já foi revisto umas quantas vezes e estou satisfeita com o resultado. Mas a decisão não depende só de mim, por isso tudo o mais está em aberto.

QUE OBJETIVOS TENS PARA A TUA VIDA NA VERTENTE LITERÁRIA?
Superar as fases de bloqueio e continuar a contar as histórias que me povoam a imaginação. E, se for possível, continuar a fazer com que cheguem a quem as queira ler.

ONDE PODEM OS LEITORES ENCONTRAR-TE?
Podem encontrar-me no Facebook, emhttps://www.facebook.com/carla.ribeiro.5811 e no twitter (https://twitter.com/CarlaSRibeiro). Quanto aos blogues, há o Vale das Sombras (http://valedassombras.blogspot.pt/) que tem estado mais parado, mas onde publico alguns poemas, e o As Leituras do Corvo (http://asleiturasdocorvo.blogspot.pt/), onde escrevo sobre as minhas leituras.

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